Dor.
Eu fiz um buraco em mim.
Cavei bem fundo, bem fundo mesmo.
Não tinha dimensão daquele espaço oco, não maduro - imaturo mesmo.
Foi bem ruim me ver assim.
Acreditava estar diferente
Mas ainda inconsequente
Sem controlar minhas emoções
sensações;
projeções;
indagações;
preocupações.
O medo se apossou de mim
num passo, num compasso
Não consegui observar e apertar o freio
O pescoço travou
e o mar dos olhos transbordou
e assim vamos vivendo as curas
cruas
sem saber que aquilo ali precisava ser olhado, visto, notado, percebido.
Agora vi e não se encaixa
Parece que não aceito quem sou
que sinto vergonha de mim, do meu corpo, da minha voz
do meu tom, do meu som
do meu sabor, cheiro, da textura
me perdi.
Eu sobre mim, sem data, sem horário.
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